Entre as áreas com níveis particularmente altos de infecção pela Hepatite C está a cidade de Miyazaki, no sul do Japão, uma tendência que levou o professor Hiroaki Kataoka e seus colegas da Universidade de Miyazaki a empreenderem uma busca pelas melhores opções para o tratamento.
Atualmente não há vacina para Hepatite C e, embora uma combinação de medicamentos possa eliminar a infecção, esse tratamento é efetivo em apenas 60% dos casos e possui sérios efeitos colaterais.
Suplemento alimentar preventivo
Kataoka e seus colegas acreditavam que, uma vez que o vírus da Hepatite C se localiza no fígado e pode levar 20 anos ou mais para se manifestar como doença, um suplemento alimentar poderia ajudar a diminuir ou até paralisar a progressão da doença.
Com essa hipótese, eles testaram quase 300 produtos agrícolas em busca de substâncias com potencial para suprimir a reprodução do vírus.
O resultado da pesquisa foi a descoberta de um forte candidato nas folhas do mirtilo conhecido como mirtilo olhos-de-coelho, nativo do sudeste dos Estados Unidos.
Proantociandina
Os cientistas purificaram a substância e a identificaram como proantociandina, um polifenol similar aos compostos químicos benéficos existentes no vinho e nas uvas.
Embora a proantociandina possa causar males à saúde, os pesquisadores perceberam que sua eficácia contra o vírus da Hepatite C ocorre em uma concentração 100 vezes menor do que o limite da toxicidade, o que é comparável à concentração de vários compostos químicos também tóxicos existentes em outras plantas comestíveis, sugerindo que o composto possa ser seguro como suplemento alimentar.
O próximo passo da pesquisa será desvendar detalhadamente os mecanismos da ação da proantociandina, descobrindo como ela impede a replicação do vírus da Hepatite C. Ainda não estão previstos testes para seu uso por humanos.
Fonte: Diário da Saúde
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