quinta-feira, 16 de julho de 2009

Começa montagem do homem virtual que quer revolucionar a Medicina

O Homem Fisiológico Virtual poderá representar o fim dos testes de drogas e medicamentos em animais e até mesmo os testes clínicos em voluntários humanos.

Esta é a proposta audaciosa de um projeto que reúne 13 universidades europeias e que pretende criar um ser humano virtual tão completo que não apenas o desenvolvimento de medicamentos, mas o próprio ensino da Medicina passará por uma revolução.

Na semana passada, os pesquisadores envolvidos reuniram-se na Universidade de Nottingham, que está coordenando o projeto VPH (Virtual Physiological Human). A reunião de trabalho, que incluiu principalmente médicos e matemáticos, teve como objetivo estabelecer os modelos matemáticos necessários para sugerir soluções para problemas médicos atualmente sem solução.

Esses modelos matemáticos são o primeiro passo para que as diversas partes do corpo humano e as diversas situações pelas quais ele passa possam ser simuladas em computador.

Medicina regenerativa

Nesta primeira etapa os cientistas começaram a modelar vários problemas relacionados à medicina regenerativa, com foco em alguns grupos de células de interesse mais imediato, incluindo as células da pele, bexiga, pulmões, garganta, coração e mamas.

O esforço prosseguirá por aproximações sucessivas, até a construção de um ser humano virtual que leve em conta todo o conhecimento médico - com todas as possibilidades de atualização conforme esse conhecimento avança.

Quando pronto, o Homem Fisiológico Virtual permitirá que os cientistas, médicos e pesquisadores da indústria estudem o corpo humano como um único sistema complexo que leve em conta cada um dos seus detalhes e os interrelacionamentos de cada um dos seus órgãos. Com isto será possível testar medicamentos, avaliar novas técnicas cirúrgicas e desenvolver novos métodos de tratamento.

Objetivos de médio prazo

O projeto tem um orçamento de 72 milhões de Euros, financiados pela União Europeia. Os pesquisadores esperam que os resultados sejam capazes de nada menos do que revolucionar a medicina neste século.

Para isso, eles pretendem incluir a grande massa de dados que está sendo gerada a partir dos estudos genômicos, que avançaram muito depois do sequenciamento do genoma humano. Os avanços na computação e no processamento de dados têm o potencial para criar tratamentos clínicos específicos para cada paciente com base na simulação do perfil genético de cada pessoa.

E isto, afirmam os pesquisadores, não é apenas um objetivo de longo prazo. Eles esperam avanços substanciais neste campo nos próximos 10 anos, incluindo novos tratamentos personalizados para o câncer e para a AIDS.

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