Em sua pesquisa, publicada no Journal of Leukocyte Biology, os cientistas demonstram que o vírus da influenza pode de fato paralisar o sistema imunológico de pessoas até então saudáveis, levando a severas infecções bacterianas secundárias, como a pneumonia.
Além disso, essa paralisia imunológica pode durar muito tempo, o que é um elemento importante no desenvolvimento de estratégias de tratamentos para combater os vírus.
Por que uma simples gripe pode matar?
"Nós temos um entendimento muito limitado sobre por que algumas pessoas que pegam o influenza têm simplesmente uma gripe forte, enquanto outras pessoas ficam muito doentes e chegam a morrer. Os resultados deste estudo nos dão uma ideia muito melhor dos mecanismos por trás das infecções bacterianas que acompanham as infecções virais," diz a Dra. Kathleen Sullivan.
Sullivan e seus colegas recrutaram pacientes pediátricos com gripe forte e examinaram os níveis de citoquinas, que servem como defesas de primeira linha na resposta imunológica no plasma sanguíneo.
Embora eles encontrassem elevados níveis de citoquinas, os pesquisadores também descobriram um decréscimo na resposta desses receptores, que ativam as respostas das células imunológicas para se contraporem aos micróbios invasores. Isto sugere que a menor resposta desses receptores pode ser responsável pela paralisia do sistema imunológico, levando às infecções bacterianas secundárias.
Vírus influenza paralisa o sistema imunológico
Os pacientes de influenza foram comparados com pacientes com gripe moderada, vírus respiratório sincicial e com um grupo de controle de indivíduos saudáveis. A paralisa imunológica parece ser um resultado específico da infecção pelo influenza e não foi registrada em pacientes com o vírus sincicial. Este processo pode explicar por que um quarto das crianças que morrem de influenza morrem devido a uma infecção bacteriana que se aproveita da infecção viral.
"Apesar dos grandes avanços médicos desde a devastadora epidemia de 1918 e 1919, a infecção pelo vírus da influenza permanece uma ameaça muito séria," disse John Wherry, que comentou a pesquisa. "e a atual epidemia de gripe A H1N1 vem nos lembrar disso de forma muito amarga. O trabalho da Dra. Sullivan e seus colegas nos coloca um passo mais próximos de entendermos exatamente o que sai errado em algumas pessoas que pegam a gripe, de forma que, em última instância, os médicos poderão desenvolver estratégias de tratamento mais eficientes."
Fonte: Diário da Saúde
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