quarta-feira, 1 de julho de 2009

Ressonância Magnética alcança resolução molecular

O imageamento por ressonância magnética, ou MRI, não apenas revolucionou a medicina e o diagnóstico e tratamento de diversas doenças, como também permitiu um novo patamar de pesquisas científicas, sobretudo no campo das neurociências.

E agora ele também poderá ocupar posição de destaque na química, na biologia, nas nanociências e em qualquer outro campo em que seja necessário criar imagens de amostras microscópicas.

Bobinas planares

A ressonância magnética utiliza campos magnéticos para criar imagens detalhadas dos tecidos humanos, permitindo a visualização de qualquer anormalidade. Mesmo útil e promissora em vários campos, sua resolução havia alcançado seus limites porque é muito difícil fabricar bobinas pequenas o suficiente para gerar campos magnéticos em escala microscópica.

A técnica atual envolve a criação de bobinas planares, que são montadas sobre biochips, em cujos microcanais as amostras a serem analisadas são inseridas no campo de ação dos campos magnéticos. Esta técnica, contudo, encontra seus limites ao redor dos 300 micrômetros, o que é muito grande para qualquer nanocientista.

Sonda magnética

O problema agora foi resolvido por pesquisadores da Universidade de Twente, na Holanda, que criaram uma nova geometria que integra a bobina com um canal fluídico de apenas 600 nanolitros de capacidade. O novo formato evita distorções no campo magnético e dá maior seletividade à análise, levando a resolução dos exames de ressonância magnética de fato para o nível molecular.

A nova "sonda magnética" poderá ser utilizada para analisar todas as substâncias intermediárias produzidas durante uma reação química, normalmente um processo extremamente rápido.

Processos metabólicos

Para testar o novo biochip magnético, os pesquisadores holandeses usaram sua nova sonda para elaborar um quadro extremamente detalhado dos processos metabólicos que ocorrem no fluido espinhal humano.

Outra grande vantagem desse exame mais preciso é que as amostras não precisam de nenhum pré-tratamento para serem analisadas. Isto permitirá a construção de um microssistema completo capaz de detectar, processar e analisar amostras brutas, como elas são utilizadas nos processos químicos que ocorrem no corpo humano, nos laboratórios e até na indústria química.

Nenhum comentário: